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Great People - Inovação, Neurociência e Saúde Mental no Trabalho
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No mais recente episódio do Inovatalks, tive a oportunidade de conversar com Ruy Shiozawa, um dos nomes mais influentes quando o assunto é cultura organizacional e ambientes de trabalho. Empreendedor nato, Ruy esteve à frente do Great Place to Work Brasil por quase duas décadas e agora se dedica a um novo projeto: a Great People, iniciativa que une ciência, neurociência e tecnologia para transformar a forma como empresas compreendem a saúde mental e o comportamento humano.

A conversa percorreu sua trajetória profissional, os aprendizados acumulados em diferentes fases e a forma como ele enxerga o futuro das organizações. Mais do que falar sobre métricas ou tendências, Ruy trouxe uma reflexão profunda sobre o impacto da ciência na vida das pessoas e no desempenho das empresas.

Da tecnologia às pessoas

A história de Ruy começa na área de tecnologia. Foram quase vinte anos em TI, trabalhando como programador, analista e, mais tarde, executivo em grandes projetos no setor de telecomunicações. Ele participou da implantação de empresas como a Claro e a GVT, experiências que o marcaram pela complexidade e pelo desafio de construir algo do zero.

Mais da metade do sucesso de um projeto de tecnologia dependia da gestão de pessoas”, relembra. “Havia muito peso técnico, mas o maior desafio estava na coordenação, comunicação e no engajamento dos times.”

Essa percepção o aproximou, anos depois, do universo do Great Place to Work, organização dedicada a avaliar e fortalecer ambientes de trabalho no mundo todo. Durante 17 anos, Ruy liderou a operação no Brasil, consolidando-a como a maior do planeta.


O nascimento da Great People

A transição do Great Place to Work para a Great People foi quase natural. Depois de consolidar a cultura de mensuração e qualificação dos ambientes de trabalho, Ruy e seus sócios perceberam que havia espaço para avançar ainda mais: entender o indivíduo em sua relação com o trabalho e a sociedade.

“Queríamos olhar além do ambiente. Entender a saúde emocional, o perfil dos líderes, as características das pessoas que fazem a inovação acontecer”, explica. Foi nesse espírito que nasceu a Great People, iniciativa que já atendeu mais de mil organizações no Brasil e no exterior.

A pandemia foi um marco nessa jornada. Diante da queda brusca de receitas e da pressão emocional sobre os times, a organização decidiu agir. Criou um programa de apoio psicológico e emocional para os colaboradores, que depois se transformou em um modelo replicável para empresas de diferentes setores.


A neurociência como aliada

O diferencial da Great People está no uso da ciência para antecipar problemas. Ruy explica que o time mergulhou em pesquisas acadêmicas e encontrou na neurociência da linguagem uma chave poderosa.

A linguagem é um biomarcador”, afirma. Assim como índices de colesterol ou glicose antecipam riscos de doenças físicas, os padrões de linguagem podem revelar o estado emocional de uma pessoa ou de uma equipe.

Por meio da análise de textos, áudios e vídeos, a metodologia identifica centenas de variáveis que permitem prever riscos de estresse, depressão ou baixa de engajamento. Esse olhar preditivo possibilita ações preventivas — bem mais eficazes e humanas do que as correções tardias.

Não quero apenas cuidar de alguém depois que desenvolveu depressão. Quero evitar que chegue a esse ponto”, reforça Ruy.


O papel estratégico do RH

Outro ponto forte da conversa foi o futuro da área de Recursos Humanos. Para Ruy, as empresas mais inovadoras já perceberam que o RH precisa deixar de ser apenas operacional e assumir um papel estratégico, lado a lado com a alta liderança.

No meu caso, a pessoa de RH é muito mais que a diretora de pessoas. Ela participa da definição dos caminhos da empresa, ajudando a dar tiros certeiros”, destaca.

Essa transformação se intensifica quando RH e tecnologia se aproximam. Há casos de empresas que uniram as duas áreas, criando sinergias capazes de gerar projetos mais robustos e assertivos.


Diversidade, inovação e o “vale da morte”

A entrevista também abordou a importância da diversidade e da inovação como motores de evolução. Ruy reconhece que aumentar a diversidade gera, num primeiro momento, um certo caos organizacional, mas garante que o ganho de produtividade e criatividade vem logo depois.

Se você desistir no meio do caos, perde a chance de colher os benefícios da diversidade”, observa.

Essa lógica também se aplica à inovação. Ruy compara os processos de transformação ao conceito do “vale da morte” das startups: o período crítico em que recursos são escassos e a incerteza é alta, mas que, se superado, pode levar a um crescimento exponencial.


A ciência como ponte entre empresas e sociedade

O trabalho da Great People também mostra como o conhecimento acadêmico pode — e deve — ser aplicado ao mundo corporativo. Muitas das descobertas usadas pela equipe já estavam publicadas em artigos científicos, mas raramente chegavam ao mercado.

O canal de comunicação entre o mundo corporativo e a ciência é muito difícil”, ressalta Ruy. “Só conseguimos avançar porque criamos uma ponte entre esses dois universos.”

Essa ponte é vital não apenas para melhorar a performance empresarial, mas também para gerar impacto social. Afinal, cuidar da saúde emocional de trabalhadores significa também cuidar de famílias e comunidades.


Uma jornada de impacto

Ao longo da conversa, ficou claro que a trajetória de Ruy Shiozawa é marcada por um fio condutor: o desejo de transformar realidades por meio do empreendedorismo e do conhecimento.

Da tecnologia às pessoas, do Great Place to Work à Great People, sua história é um convite à reflexão sobre como podemos construir organizações mais humanas e inovadoras.

Não adianta guardar conhecimento só para nós. Ele precisa ser compartilhado para transformar a sociedade”, conclui.


Este episódio do Inovatalks é um chamado para líderes, empreendedores e profissionais que acreditam no poder da cultura organizacional e da ciência aplicada ao cuidado das pessoas. Em um mundo em constante transformação, unir inovação, neurociência e saúde mental pode ser o caminho para empresas mais sustentáveis, justas e preparadas para o futuro.

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